Em janeiro os mercados operaram em forte volatilidade. As bolsas em NY recuaram forte, enquanto que no Brasil o Ibovespa avançou mais de 7% e o dólar recuou, ontem caindo abaixo de R$ 5,30. Fechou a R$ 5,38, com muitos apostando ser possível ir a R$ 5,05. Real é a moeda que mais se valoriza no mundo.
Em semana de reunião do Copom, os juros futuros curtos subiram depois da pesquisa Focus aumentar a projeção da inflação, enquanto que os longos recuaram junto com o dólar. Expectativa do Copom se volta ao que será dito no comunicado, ainda mais depois de um IPCA-15 mais salgado do que o esperado. Esperamos mais uma elevação de 0,75 ponto percentual em março e um freio de arrumação para aguardar como os canais de transmissão da política monetária devem atuar sobre o sistema de preços, a atividade e o emprego.
No Leste da Europa aumentam as tensões com a mobilização de tropas russas na fronteira da Rússia com a Ucrânia e mais soldados americanos se deslocando para a região. Observadores afirmam que uma invasão pode acontecer a “qualquer momento”. Já o presidente Biden afirma que isso acontecendo a Rússia enfrentará “consequências rápidas e severas”.
Num mês de muita instabilidade nos mercados destaquemos a explosão da Ômicron pelo mundo, a ameaça de “guerra aberta” na Ucrânia e as movimentações dos bancos centrais, devendo elevar o juro, diante de uma inflação gerada pela retomada de algumas economias e o desequilíbrio de preços relativos.
As bolsas de valores em NY acabaram sofrendo, registrando fortes perdas na Nasdaq (-9,0%) e na S&P (-5,0%). A volatilidade foi bem elevada, com o VIX crescendo 44% e, em paralelo, o preço do barril de petróleo, óleo cru, avançou 17%, assim como o custo de energia 19%. Já as moedas virtuais tiveram um inverno para esquecer, em sua maioria, despencando. A bitcoin perdeu 19%, a US$ 33 mil.
O que esperar para fevereiro?
Mais tensão na Ucrânia, talvez uma virada do Ômicron, começando a ceder dos picos recentes. Nesta segunda-feira as bolsas de NY avançaram com a S&P subindo 1,4% e a Nasdaq 2,5%. Já o dólar enfraqueceu frente aos principais pares e os rendimentos dos treasuries subiram diante da aposta de que o Fed DEVE iniciar um ciclo de sucessivos aumentos de juro a partir de março. Fala-se que pode chegar a seis AUMENTOS, em todas as reuniões do FOMC.
No gráfico a seguir, observemos que janeiro ficou registrado entre os piores meses da bolsa americana.
Indicadores
No Brasil
Em 2021 o governo consolidado fechou com superávit primário de R$64,7 bilhões, 0,75% do PIB, o primeiro desde 2013 (expectativa em jan/21 era -3,0%). Em 2020 o déficit foi de R$ 703 bilhões, 9,41% do PIB. A dívida bruta ficou em 80,3% e a líquida em 57,3% do PIB.
Dados do Caged mostraram uma expansão de 2,730 milhões em empregos “formais”, com carteiras assinadas, em 2021, depois de recuarem em 191.455 em 2020.
Na China
Segue em desaceleração. PMI Caixin manufaturas caiu para 49,1 contra estimativa de 50. Índice oficial de gerente de compras da indústria (PMI) REGISTROU 50,1 em janeiro, desacelerando contra dezembro (50,3)
Zona do Euro
Em 2021, a economia da região cresceu 4,6%, um pouco abaixo das expectativas (4,7%). No quarto trimestre crescimento foi de 0,3% contra o anterior.
Mercados
No Brasil, o Ibovespa fechou nesta segunda-feira (31) em alta de 0,21%, a 112.144 pontos, diante das perspectivas das decisões do Copom num ajuste de juro mais forte de 1,5 ponto percentual, a 10,75%, do BCE e do BoE. Já o dólar registrou queda de 1,59%, cotado a R$ 5,305, repercutindo as perdas do dólar no mercado de emergentes.
Nos futuros do dia 01 de fevereiro, o Ibov avançava 0,70%, a 113.014 pontos e o dólar a R$ 5,305. No mercado de Treasuries, BR 2Y recuando forte 5,55%, a 11,33, BR 5Y -0,28%, a 10,99, e BR 10Y, -0,43%, a 11,03.
Na madrugada do dia 01/02, na Europa (05h12), os mercados futuros operavam em alta: DAX (Alemanha) +1,32%, a 15.675 pontos; FTSE 100 (Reino Unido), +0,98%, a 7.537 pontos; CAC 40 +1,18%, a 7.082 pontos, e Euro Stoxx 50 +1,35%, a 4.231 pontos.
Na madrugada do dia 01/02, na Ásia (05h12), os mercados operaram em alta: S&P/ASX (Austrália), +0,49%, a 7.006 pontos; Nikkei (Japão) +0,28%, a 27.078 pontos; KOSPI (Coréia), +1,87%, a 2.663 pontos; Shanghai -0,97%, a 3.361, e Hang Seng, +1,07%, a 23.802 pontos (Semana de feriado na China).
Nos EUA, as bolsas de NY, no mercado futuro, operavam mistas neste dia 01/02 (05h10), diante do recrudescimento das tensões na Ucrânia: Dow Jones, -0,09%, 34.964 pontos; S&P500 -0,12%, 4.498 pontos, e Nasdaq +0,20%, a 14.960 pontos. No VIX S&P500, 24,48 pontos, em recuo de 1,50%.
No mercado de Treasuries, US 2Y avançando 1,38%, a 1,1811, US 10Y +0,61%, a 1,7930, e US 30Y, +0,94%, a 2,1180. No DXY, o dólar -0,17%, a 96,38, e risco país, CDS 5 anos, a 227,1 pontos. Petróleo WTI, a US$ 88,30 (+0,17%) e Petróleo Brent US$ 89,33 (+0,08%); Gás Natural +0,25%, a US$ 4,89 e Minério de Ferro +7,59, US$ 829,00.
Agenda desta terça-feira, com a balança comercial de janeiro. Tendência é de superávit, recorde em 2021, explicado pela recuperação da economia com o avanço da vacinação. O governo tem a expectativa de um superávit 30% acima do verificado no mesmo período do ano passado. Também nesta terça-feira o Copom dá início à reunião para definir a taxa básica de juros (Selic), atualmente em 9,25%. Aposta-se em elevação a 10,75%. Se o índice for confirmado, será a primeira vez desde 2017 que a taxa terá dois dígitos. Outros indicadores importantes no Brasil: o IPProdutor de dezembro do IBGE e PMI industrial, de serviços e comércio. No exterior, destaque para as taxas de desemprego na Zona do Euro e as ofertas de emprego nos EUA.