Sexta-feira foi um dia de fortes perdas, para muitos, exageradas. Segunda-feira alguma racionalidade se estabeleceu, e o mercado “ajustou” em relação aos riscos da variante Ômicron. Toda cautela, no entanto, ainda é necessária.
Nos EUA, Biden negou qualquer lockdown ou a ampliação na restrição de viagens. Ao fim do dia, NY fechou em alta, com Dow Jones subindo 0,68%, S&P500 1,32% e Nasdaq 1,88%. A contribuir para isso, a BioNtech, a Moderna (NASDAQ:MRNA) (SA:M1RN34) e a Johnson & Johnson (NYSE:JNJ) (SA:JNJB34) afirmando que estão trabalhando para adaptar uma nova vacina a enfrentar a variante.
No Brasil, depois do tombo de 3,4% na sexta, o Ibovespa fechou ontem em alta de 0,58%, a 102.814. No mercado de petróleo, houve boa recuperação com o Brent subindo 2,28% e o WTI 2,64%. No mercado de juros doméstico, houve uma aliviada, depois do discurso mais fiscalista de Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, anunciando que se aprovada a PEC dos precatórios nesta terça-feira, vai à plenário na quinta-feira (dia 02). Por fim, o dólar fechou em alta de 0,25%, a R$ 5,6097. Hoje é dia de PTAX de novembro, muita volatilidade nos espera.
Em resposta a esta nova variante, além de algum lockdown nos vôos para a África do Sul e adjacências, a ordem é tomar vacina, para quem não tomou, e reforçar as doses. E garantir, também, o acesso às vacinas globalmente. Na África, como dito ontem, o atraso na vacinação assusta. Na Africa do Sul, são apenas 25% os totalmente vacinados, na África como um todo, 6,6%.
Sobre a nova variante
Muitos consideram ser menos mortal e quase tão transmissível como as cepas anteriores. Alguns países suspenderam os vôos para a África, enquanto outros estão voltando ao uso de máscaras e estimulando a vacinação. No Brasil, vários estados já suspenderam as festas de réveillon. O que preocupa nesta cepa é a grande quantidade de mutações, mais de 50. Cerca de 30, localizadas na proteína Spike, um dos principais alvos das vacinas.
PEC dos Precatórios
No Senado, a leitura é de que hoje teremos a votação da PEC em Comissão, para depois, ir à plenário na quinta-feira (dia 02). A expectativa é de uma votação apertada, em torno de 49 a 51 votos no Senado, o mínimo previsto.
Ontem, “driblando” o STF, foi aprovado o projeto que mantém a verba do “Orçamento secreto”, por 34 votos a 32. O STF queria que os dados sobre as movimentações das emendas, em 2020 e 2021, fossem abertos. Pacheco e Lira disseram que isso, “tecnicamente”, era impossível. Para a consultoria do Senado, no entanto, é algo sim bem possível, “nada obsta que sejam publicadas estas informações”. Agora, os presidentes do Senado e da Câmara terão que se sentar para explicar isso ao STF. A partir daí, será decidido se podem ser liberadas as “emendas de relator”, travadas desde o dia 10, estando em jogo, R$ 16 bilhões.
Em paralelo, Rodrigo Pacheco descarta votar a reforma do IR neste ano. Deve ficar para o ano que vem.
Ministério da Economia
Pelo governo central, o superávit foi a R$ 28,19 bilhões em outubro, acima do esperado. No ano, resultado é de déficit de R$ 53,40 bilhões, em 12 meses a R$ 123,2 bilhões, 1,4% do PIB.
Estimativas do governo indicam a dívida bruta em 80,6% do PIB ao fim deste ano, melhor do que os 88,8% de 2020, a 80,1% em 2022. Até 2030, esta dívida deve alcançar 76,6%. Para a dívida líquida neste ano deve fechar em 58,3%, contra 62,7% em 2020, devendo chegar a 68,2% em 2030.
Zona do Euro
Estejamos atentos ao CPI da região na terça-feira. Em outubro este registrou 4,1%, a taxa mais alta em 13 anos, devendo se manter acima de 2% nesta de novembro. Ainda temos o CPI da Alemanha, Espanha e França nesta semana.
Dados os estoques baixos, no menor patamar desde 2013, a expectativa é de preços do gás em alta neste inverno. Teremos uma cúpula do Covid neste fim de semana.
Indicadores
No Brasil
IGP-M registrou 0,02% em novembro, depois de 0,64% no mês anterior. No ano acumula 16,77%v e em 12 meses 17,89%.
Índice de Confiança do Consumidor, da FGV, recuou 6,2 pontos, passando de 94,2 para 88,0.
Índice de Confiança de Serviços, da FGV, recuou 2,3 pontos, passando de 96,8 para 93,8.
Nos EUA
Vendas de casas pendentes subiu 7,5% em outubro contra setembro (previsão +0,9%).
Na China
PMI Industrial subiu de 49,2 em outubro para 50,1 em novembro, acima da previsão (49,6) e ingressando no terreno da expansão (50,0).
Na Alemanha
CPI (preliminar) subiu 5,2% em novembro ante mesmo período de 2020 (Previsão: +5,1%); CPI (preliminar) caiu 0,2% em novembro ante outubro (Previsão: -0,3%); CPI Harmonizado (preliminar) subiu 6,0% em novembro ante mesmo período de 2020 (Previsão: +5,5%); CPI Harmonizado (preliminar) subiu 0,3% em novembro ante outubro (Previsão: -0,3%). Pelas estimativas do governo, o CPI deve vjr em 5,2% pela taxa anualizada.
Mercados
Na segunda-feira (dia 29), Ibovespa recuperando 0,58%, a 102.814 pontos, no mercado cambial, dólar em alta de 0,27%, a R$ 5,61.
Na madrugada do dia 30/11, na Europa (05h12), os mercados futuros operavam em queda: DAX (Alemanha) -1,13%, a 15.108 pontos; FTSE 100 (Reino Unido), -1,02%, a 7.037 pontos; CAC 40 -1,19%, a 6.695 pontos, e Euro Stoxx 50 -1,11%, a 4.063 pontos.
Na madrugada do dia 30/11, na Ásia (05h11), os mercados operaram com sinais mistos. S&P/ASX (Austrália), +0,22%, a 7.256 pontos; Nikkei (Japão) -1,63%, a 28.821 pontos; KOSPI (Coréia), -2,42%, a 2.839 pontos; Shanghai Composite+0,03%, a 3.563, e Hang Seng, -1,71%, a 24.445 pontos.
No futuro nos EUA, as bolsas de NY, no mercado futuro, operavam em queda neste dia 30/11 (05h10): Dow Jones, -1,09%, 34.695 pontos; e Nasdaq -0,43%, a 16.328 pontos. No VIX S&P500, 23,98 pontos, +8,00%. No mercado de Treasuries, US 2Y recuando 6,22%, a 0,4783, US 10Y -4,87%, a 1,454, e US 30Y, -2,29%, a 1,837. No DXY, o dólar -0,47%, a 95,885, e risco país, CDS 5 anos, a 265,8 pontos. Petróleo WTI, a US$ 68,77 (-1,69%) e Petróleo Brent US$ 71,78 (-1,97%). Gás Natural recuando,54%, a US$ 4,68 e Minério de ferro, 2,44%, a US$ 609,50.
O Itaú (SA:ITUB4) está prevendo o minério de ferro a US$ 90 a tonelada em 2022, devido às restrições da China. Para 2023, US$ 70.
Na agenda desta semana, nesta terça-feira (30), dados do mercado de trabalho, como o Caged e a taxa de desemprego, do IBGE. Em paralelo, temos os dados fiscais do governo central. Quarta-feira (01) é dia de PPI, PMI Industrial e balança comercial.