O varejo e a simbólica queda do preço dos alimentos mostram sinais de reversão, com o adicional do custo de energia, conforme observados nos mais recentes índices de inflação divulgados.
A alta de 0,36% ontem no IPC-S semanal e de 0,33% no IPC-10 tem estas mesmas características.
Os sinais de um atacado mais fraco, simbolizado pela desinflação do item matéria prima emite um sinal antecedente importante para as autoridades monetárias, porém os alimentos só devem retomar os índices negativos caso tanto a alta do dólar, quanto a questão climática se revertam.
Há indicadores que o evento climático La Niña afete o final deste ano e o início de 2018, porém ao trazer maior pluviosidade, pode beneficiar, ao invés de atrapalhar regiões produtoras.
Deste modo, resta ao COPOM ainda a questão política para manter o atual ciclo de cortes de juros.
CENÁRIO POLÍTICO
Conforme citamos ontem, o “Jogar a toalha, o Mise-en-scène político do presidente Temer comprado efusivamente pelo mercado financeiro surtiu o efeito desejado.
Ao deixar o mercado financeiro traduzir através dos ativos a frustração com a ausência das reformas necessárias ao avanço do ciclo de juros e evitar mais um rebaixamento do Brasil, o governo conseguiu aliciar aliados suficientes para tentar avançar numa versão diet light da previdência.
Mais importante do que continuar a cortar juros, uma versão da reforma pode evitar o rebaixamento da nota de risco brasileiro perante às quatro grandes agências internacionais.
O governo volta ao velho balcão e a votação é o balão de testes, principalmente com uma pretensa reforma ministerial em janeiro. Temer tem novamente os ativos para lutar, ainda que combalido e o perdedor no processo pode ser o PSDB.
Neste contexto, a troca do diretor da polícia federal por alguém com viés mais “político” também agrada parte dos parlamentares e assim a vida segue no Brasil, com um institucional denegrido ao último.
CENÁRIO DE MERCADO
A abertura na Europa é sem rumo definido, com os futuros em NY em queda, ainda em reação aos balanços corporativos e à visita de Trump à China. Na Ásia, o fechamento foi positivo na sua maioria, apesar da reversão dos ganhos no mercado japonês.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas, enquanto os Treasuries operam com rendimento positivo até os 2 anos e negativos em todos os outros vencimentos observados.
Entre as commodities metálicas a alta agora é generalizada, com o ouro respondendo positivo ao dólar em queda.
O petróleo opera com perdas em ambas as praças, com dúvidas sobre o atual rally dos mercados.
Atenção aos resultados de Carrefour (SA:CRFB3), Azul (SA:AZUL4), Braskem (SA:BRKM5), Ultrapar (SA:UGPA3), Gafisa (SA:GFSA3), Eternit (SA:ETER3), Renova, BRF (SA:BRFS3), BB (SA:BBAS3), EZTec, JSL, Randon (SA:RAPT4), Rodobens (SA:RDNI3), Cyrela (SA:CYRE3), Tecnisa (SA:TCSA3), Minerva (SA:BEEF3) e Light (SA:LIGT3).
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 3,2505 / -0,69 %
Euro / Dólar : US$ 1,16 / 0,043%
Dólar / Yen : ¥ 113,45 / -0,369%
Libra / Dólar : US$ 1,31 / -0,038%
Dólar Fut. (1 m) : 3260,66 / -0,82 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 18: 6,96 % aa (-0,12%)
DI - Julho 19: 7,85 % aa (-0,76%)
DI - Janeiro 21: 9,27 % aa (-0,75%)
DI - Janeiro 25: 10,36 % aa (-0,38%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 2,69% / 74.363 pontos
Dow Jones: 0,03% / 23.563 pontos
Nasdaq: 0,32% / 6.789 pontos
Nikkei: -0,20% / 22.869 pontos
Hang Seng: 0,79% / 29.137 pontos
ASX 200: 0,55% / 6.049 pontos
ABERTURA
DAX: 0,076% / 13392,61 pontos
CAC 40: 0,057% / 5474,54 pontos
FTSE: -0,045% / 7526,35 pontos
Ibov. Fut.: -0,19% / 74918,00 pontos
S&P Fut.: -0,100% / 2588,30 pontos
Nasdaq Fut.: -0,091% / 6335,75 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,27% / 87,40 ptos
Petróleo WTI: 0,09% / $56,86
Petróleo Brent:0,05% / $63,52
Ouro: 0,20% / $1.283,96
Minério de Ferro: 1,62% / $62,59
Soja: 0,16% / $18,67
Milho: 0,14% / $348,75
Café: -0,08% / $125,65
Açúcar: -0,47% / $14,77