Por Geoffrey Smith e Ana Beatriz Bartolo
Investing.com - O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, faz seu tão esperado discurso no simpósio anual em Jackson Hole. Os EUA apresentarão dados de renda e gastos pessoais, bem como os dados de preços de julho com os quais o Fed realmente se importa. Os preços da energia na Europa continuam a ficar balísticos, e Elon Musk obtém uma vitória parcial em sua luta com o Twitter. O ex-presidente Lula fala sobre economia e corrupção no Jornal Nacional.
Aqui está o que você precisa saber nos mercados financeiros na sexta-feira, 26 de agosto.
VEJA: Calendário Econômico completo do Investing.com
1. Powell em Jackson Hole
O evento que pairou sobre os mercados durante toda a semana finalmente chegou, com o presidente Jerome Powell programado para fazer seu discurso no simpósio anual de bancos centrais do Federal Reserve em Jackson Hole.
Powell orientará as expectativas para a reunião de política monetária do Fed em setembro, uma tarefa dificultada pela decisão do Fed no verão de aumentar as taxas em 75 pontos-base em vez dos 50 que havia orientado. O mercado está atualmente dividido entre esperar uma alta de 50 ou 75 pontos-base, o que significa que é provável que haja uma reação abrupta do mercado, dependendo do que Powell sinalizar.
Powell deve falar às 11h
Enquanto isso, os EUA também divulgarão alguns dados importantes para o Fed no decorrer da manhã. Às 09h30, haverá números em renda pessoal e gastos para julho, juntamente com os índices de preços para gastos pessoais do consumidor.
O PCE é a medida preferida do Fed de inflação porque refletem com mais precisão os padrões de gastos dos consumidores dos EUA, especialmente aqueles de consumidores de baixa renda para quem os efeitos da a inflação tende a ser pior.
Às 11h, a Universidade de Michigan publica sua estimativa final de US sentimento do consumidor em agosto, com os componentes de um e {{ecl-1568| |cinco anos}} das expectativas de inflação.
CONFIRA: Monitor da Taxa de juros do Federal Reserve
2. Lula participa de sabatina
Assim como outros candidatos à presidência, o ex-presidente Lula participou na noite desta quinta-feira, 25, da sabatina do Jornal Nacional, onde criticou a política de preços dos combustíveis e a desoneração fiscal, e afirmou que caso seja eleito, tomará medidas semelhantes às adotadas nos seus dois mandatos anteriores.
Lula apontou o ex-governador Geraldo Alckmin, candidato à vice-presidência na sua chapa, como fiador das suas propostas econômicas. O ex-presidente também tentou se afastar da política econômica adotada no segundo mandato da ex-presidente Dilma Rousseff e atacou o orçamento secreto, que comparou ao caso do mensalão.
Sobre a Operação Lava Jato e os desvios da Petrobras (BVMF:PETR4), Lula disse que não se pode negar que houve corrupção, uma vez que algumas pessoas confessaram o crime, mas se defendeu ao dizer que a investigação adotou um tom político que tinha como objetivo a sua condenação. Ainda assim, Lula afirmou que em um eventual mandato, manteria as ferramentas já existentes de investigação sobre casos de corrupção.
3. Mercado de ações americanas
Os mercados de ações dos EUA estão marcando tempo antes do grande evento do dia, reduzindo os ganhos de quinta-feira.
Às 08h24, os futuros da Nasdaq 100 recuavam 0,56%, enquanto os da S&P 500 e da Dow Jones caíam 0,43% e 0,29%, respectivamente.
O sentimento está sendo sustentado por resultados e guidances melhores do que o esperado após o sino na quinta-feira de Workday (NASDAQ:WDAY), Ulta Beauty (NASDAQ:ULTA) e – pela primeira vez – Gap (NYSE:GPS).
A HP (NYSE:HPQ) (BVMF:HPQB34) e a JinkoSolar (NYSE:JKS) lideram uma pequena balanços na sexta-feira.
Em outros lugares, as ações do Twitter (NYSE:TWTR) (BVMF:TWTR34) estão sob um pouco de pressão novamente depois que um juiz ordenou que a empresa entregasse algumas de suas discussões internas sobre contas de spam para Elon Musk, negando sua solicitação "absurdamente ampla" de quase todos os seus dados de usuário.
CONFIRA: Cotações das ações americanas
4. A crise energética da Europa só piora
As famílias do Reino Unido devem pagar três vezes mais pela energia no próximo inverno do que no último.
O regulador de energia do Reino Unido Ofgem elevou o limite anual das contas típicas de 'combustível duplo' para 3.549 libras (US$ 4.188) por ano a partir de 1º de outubro, refletindo o forte aumento nos preços de energia no atacado durante o verão. O pior ainda está por vir em janeiro com a próxima revisão. O Citigroup estimou no início desta semana que o aumento nas contas de combustível, se inalterado pela ação do governo, levará inflação a até 18%. A libra enfraqueceu novamente, testando a baixa de 47 anos que atingiu em 2020.
Também não há nenhum sinal de alívio no continente europeu: os preços da energia de carga de base alemã para 2023 atingiram um novo recorde de mais de 800 euros por megawatt-hora – algo que levará o custo de um único ciclo de máquina de lavar para cerca de 15 euros, segundo a algumas estimativas. Em notícias relacionadas, a confiança do consumidor alemã caiu para um recorde de baixa.
Prévia de Jackson Hole: De inflação transitória a aumentos de taxas, o que mudou em um ano
5. Petróleo sobe à medida que a OPEP se alinha por trás dos alertas de corte de produção saudita
Os preços do petróleo bruto subiram novamente quando uma série de membros da Opep se uniram à mensagem da Arábia Saudita de que o cartel pode querer cortar a produção de petróleo. O ministro da Energia, príncipe Abdulaziz, alertou em entrevistas que a fraqueza dos preços futuros nas últimas semanas não refletiu o aperto contínuo do mercado físico.
O mercado de gasolina dos EUA também está enfrentando um aperto temporário devido ao fechamento de uma refinaria da BP (NYSE:BP) no Centro-Oeste após um incêndio.
Às 08h30, os futuros de petróleo nos EUA subiam 1,09%, a US$ 93,53 o barril, enquanto os de Brent avançavam 1,38%, a US$ 100,71.
rig count da Baker Hughes e positioning data da CFTC encerram a semana, como de costume.
Inflação: Estamos em uma crise de preços ou crise de oferta?