“Rate Induced Sell-Off”, este foi o termo usado pelos analistas internacionais para descrever a forte realização de lucros observada ontem, puxada com a alta no rendimento dos Treasuries, em especial o de 10 anos, acima de 1,55% e queda em ações de empresas de tecnologia.
O aumento dos rendimentos dos Treasuries prejudica as ações de growth (que demandam alto desempenho e crescimento contínuo), incluindo ações de tecnologia, pois reduzem o valor relativo dos ganhos futuros.
É um dos piores desempenhos do mercado de renda variável global, incluso o Brasil, desde março deste ano e leva a bolsa local para o pior desempenho em 2021, catalisada também por questões locais, como novamente Lira comentando sobre o preço de combustíveis.
Junto ao cenário, estão os problemas globais de energia, com a falta de carvão na China afetando a produção industrial e provavelmente o resultado do PIB deste ano, além de temores com uma crise energética global, em vista à redução de estoques de petróleo e nos EUA, temores devido aos furacões Ida e Nicholas.
O contexto pesado se uniu à questão política, onde localmente existem avanços ainda não perceptíveis como concretos na pauta do congresso, porém a discussão, na ausência de intervenção na Petrobras (SA:PETR4), recai sobre o ICMS de estados em combustível e gás.
Internacionalmente, a proximidade com mais um shutdown nos EUA vem da insistência da liderança democrata, em especial Pelosi em incluir no plano de aumento do teto o restante do plano social de Biden, que eleva fortemente os impostos, o que tem resistência até em seu partido.
Por fim, as atenções se voltam os números do setor público consolidado no Brasil, após o resultado de déficit do governo central muito melhor que as expectativas passar praticamente despercebido pelo mercado, em vista ao cenário pesado, mantendo a folga fiscal do governo.
Atenção também ao CAGED e mais uma mês de saldo positivo na criação de vagas com carteira assinada e ao IGP-M com pressão negativa do atacado.
No exterior, os dados de confiança superaram as expectativas no Reino Unido e nos EUA, a atenção se volta às vendas pendentes de imóveis.
Abertura de mercados
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, com a redução do rendimento dos Treasuries, após forte alta recente.
Em Ásia-Pacífico, mercados negativos, seguindo Wall St, porém com alta em Hong Kong, puxada pelas ações da Evergrande.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, exceto cobre e prata.
O petróleo abre em queda em Londres e Nova York, com alívio dos furacões Ida e Nicholas.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -6,67%.
Câmbio
Dólar à vista : R$ 5,43 / 0,72 %
Euro / Dólar : US$ 1,17 / -0,188%
Dólar / Iene : ¥ 111,31 / -0,197%
Libra / Dólar : US$ 1,35 / -0,140%
Dólar Futuro. (1 m) : 5430,29 / 0,82 %
Juros futuros (DI)
DI - Julho 22: 8,64 % aa (1,89%)
DI - Janeiro 23: 9,17 % aa (1,38%)
DI - Janeiro 25: 10,27 % aa (1,08%)
DI - Janeiro 27: 10,67 % aa (1,04%)
Bolsas de valores
FECHAMENTO
Ibovespa: -3,0454% / 110.124 pontos
Dow Jones: -1,6329% / 34.300 pontos
Nasdaq: -2,8276% / 14.547 pontos
Nikkei: -2,12% / 29.544 pontos
Hang Seng: 0,67% / 24.664 pontos
ASX 200: -1,08% / 7.197 pontos
ABERTURA
DAX: 1,080% / 15413,27 pontos
CAC 40: 1,187% / 6583,72 pontos
FTSE 100: 0,950% / 7094,88 pontos
Ibovespa Futuros.: -3,00% / 110256,00 pontos
S&P 500 Futuros: 1,01%/ 4375,10 pontos
Nasdaq 100 Futuros.: 0,875% / 14914,50 pontos
Commodities
Índice Bloomberg: -0,30% / 100,61 ptos
Petróleo WTI:: -0,64% / $74,72
Petróleo Brent: -0,66% / $78,69
Ouro: 0,46% / $1.744,46
Minério de Ferro: 0,74% / $119,89
Soja: 0,27% / $1.278,50
Milho: 0,75% / $535,75
Café: -0,48% / $197,05
Açúcar: -0,42% / $18,89