Muito tem se comentado sobre a inversão da curva de juros nos EUA, como isso pode preconizar uma recessão e os temores renovados em relação à questão política, potencializando tal cenário.
Para se entender, a inversão da curva, ou seja, uma taxa de juros cobrada no curto prazo em nível maior do que no longo prazo determinou em alguns momentos históricos uma perspectiva de recessão futura por parte dos investidores, ao verem um futuro não tão promissor.
Usualmente, as expectativas dos agentes é de que a continuidade do crescimento econômico e demanda agregada aquecida levem em um certo ponto à maior inflação futura e a resposta a tal pressão de preços virá na forma de uma elevação de juros.
Para os bancos americanos, o usual é captar com taxas mais baixas no curto prazo e emprestar com taxas maiores no longo prazo, gerando seu lucro neste spread.
Quando os agentes observam o futuro com desconfiança, daí vem a tal ‘inversão da curva’.
No passado, este movimento levou ao aperto das condições de crédito, pois a maior parte das concessões são de longo prazo e com a menor lucratividade, os agentes tendem a se tornarem mais criteriosos ao ceder novos empréstimos, contribuindo a um contexto recessivo.
Ainda que parte da curva esteja invertida em relação às taxas de curtíssimo prazo, como as de 2 meses (2,4482% vs 2,3788% 10 anos), tal cenário pode ser considerado anormal até mesmo para uma inversão de curva, sendo importante observar as taxas de 2 anos contra as de 10 (2,2040% vs 2,3788%).
Outro ponto importante a se ressaltar, como bem lembrado por Yellen, ex chairwoman do Fed recentemente, o atual achatamento das curvas de juros tem pouco precedente histórico, assim como a reação da inflação nos EUA ao crescimento do mercado de trabalho, daí também a necessidade de se entender tal ocorrido em um contexto inédito econômico.
A ‘niponização’ da economia global segue em andamento.
Para nós, economistas, está na hora de darmos um próximo passo na revisão dos modelos econômicos, em meio a um contexto inédito.
Nada fácil.
CENÁRIO POLÍTICO
A derrota do governo na PEC do orçamento é a prova de que o corporativismo está em processo de reação às mudanças que deveriam e devem ocorrer no Brasil nos próximos anos.
A necessidade em se manter o status quo e ao mesmo tempo, a completa falta de tato do atual governo em lidar com algo que está em plena reação às mudanças tem levado ao cenário atual de “cabo de guerra”.
À população, resta observar, aguardar e elevar seu desgosto com a classe política como um todo.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em alta, com temores confusos sobre o crescimento econômico.
Na Ásia, o fechamento foi misto, com o rendimento volátil dos treasuries.
O dólar opera em baixa contra a maioria das divisas, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, destaque à platina.
O petróleo abre em queda, com novos temores recessivos.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 4%
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 3,8741 / 0,50 %
Euro / Dólar : US$ 1,13 / 0,151%
Dólar / Iene : ¥ 110,31 / -0,298%
Libra / Dólar : US$ 1,32 / 0,098%
Dólar Fut. (1 m) : 3865,36 / 0,01 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 20: 6,47 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 21: 7,09 % aa (1,00%)
DI - Janeiro 23: 8,24 % aa (0,86%)
DI - Janeiro 25: 8,83 % aa (0,80%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 1,76% / 95.307 pontos
Dow Jones: 0,55% / 25.658 pontos
Nasdaq: 0,71% / 7.692 pontos
Nikkei: -0,23% / 21.379 pontos
Hang Seng: 0,56% / 28.728 pontos
ASX 200: 0,09% / 6.136 pontos
ABERTURA
DAX: -0,287% / 11386,70 pontos
CAC 40: -0,328% / 5289,96 pontos
FTSE: -0,402% / 7167,35 pontos
Ibov. Fut.: 1,70% / 95534,00 pontos
S&P Fut.: -0,181% / 2817,90 pontos
Nasdaq Fut.: -0,044% / 7373,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,06% / 81,97 ptos
Petróleo WTI : -0,60% / $59,58
Petróleo Brent:-0,13% / $67,88
Ouro: 0,23% / $1.318,79
Minério de Ferro: -0,02% / $85,80
Soja: -0,65% / $16,05
Milho: -0,33% / $375,25
Café: 0,00% / $95,90
Açúcar: 0,16% / $12,66