A decisão do Banco do Japão (BoJ) pegou os mercados de surpresa ao ajustar sua política de controle da curva de juros (YCC) de modo a permitir que o rendimento do JGB de 10 anos se movesse 50 bp para cada lado de sua meta de 0%, acima dos 25 bp anteriores.
Em sua declaração, o BoJ disse que a medida visa “melhorar o funcionamento do mercado e incentivar uma formação mais suave de toda a curva de juros, mantendo condições financeiras acomodatícias” de modo a amortecer os efeitos das prolongadas medidas de estímulo monetário.
Tal política foi adotada em setembro de 2016, de modo a elevar a inflação à meta de 2% aa, após um período prolongado de estagnação econômica e inflação ultrabaixa, quando o BoJ ficou sem títulos para comprar como parte de seu alívio quantitativo e uma resposta às distorções da curva decorrentes de taxas negativas.
Após este forte teste de retirada de estímulos promovido pelo BoJ, o Yen e os rendimentos dos títulos japoneses em todo o mundo se valorizaram, enquanto as bolsas em Ásia-Pacífico despencaram, com o Nikkei fechando aos -2,46%.
Ainda que tenha elevado em muito a volatilidade, o BoJ não deixou de enfatizar que a política acomodatícia deve ser mantida, seja pelo aumento pretendido e potencial nas compras de títulos ou sugerindo que não deva ocorrer nova expansão da meta do controle da curva de juros no curto prazo.
Na China, os juros foram mantidos na faixa entre 3,65% de1 ano e 4,30% de 5 anos e não houve sinal adicional de estímulos por parte do PBoC, apesar dos esforços do governo chines de retomada da atividade econômica, em meios aos desafios da pandemia ainda em andamento.
Localmente, a decisão de Gilmar Mendes, ainda que péssima em termos institucionais, numa clara violação da separação dos poderes, tirou o peso do congresso da aprovação da PEC de transição, especialmente após a inconstitucionalidade pelo STJ do orçamento de relator, conhecido como ‘secreto’.
Em termos fiscais, a notícia é positiva, pois ao excluir o programa de transferência de renda do teto, também exclui a demanda do PT pela aprovação da PEC como um todo, que embarcava as promessas de campanha e as demandas dos aliados.
Tal negociação com o novo congresso deve ser ainda mais complexa do que agora.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, em reação à decisão do BoJ de alargar a banda de flutuação dos juros.
Em Ásia-Pacífico, mercados negativos, após a surpresa do BoJ impactar fortemente o Yen e pela decisão de juros estáveis na China.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, destaque ao minério de ferro e à prata
O petróleo sobe em Londres e em Nova York, otimistas com os planos na China de retomada da atividade econômica.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 0,40%.
INDICADORES
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,2989 / -0,15 %
Euro / Dólar : US$ 1,06 / 0,217%
Dólar / Yen : ¥ 132,49 / -3,338%
Libra / Dólar : US$ 1,21 / -0,041%
Dólar Fut. (1 m) : 5316,70 / 0,09 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 24: 13,93 % aa (0,29%)
DI - Janeiro 25: 13,72 % aa (-0,36%)
DI - Janeiro 26: 13,64 % aa (-0,32%)
DI - Janeiro 27: 13,58 % aa (-0,32%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 1,8317% / 104.740 pontos
Dow Jones: -0,4949% / 32.758 pontos
Nasdaq: -1,4888% / 10.546 pontos
Nikkei: -2,46% / 26.568 pontos
Hang Seng: -1,33% / 19.095 pontos
ASX 200: -1,54% / 7.024 pontos
ABERTURA
DAX: -0,296% / 13901,64 pontos
CAC 40: -0,637% / 6432,06 pontos
FTSE: -0,072% / 7355,99 pontos
Ibov. Fut.: 2,04% / 106677,00 pontos
S&P Fut.: -0,14% / 3840 pontos
Nasdaq Fut.: -0,360% / 11157,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,53% / 112,23 ptos
Petróleo WTI: 1,05% / $75,98
Petróleo Brent: 0,78% / $80,42
Ouro: 1,07% / $1.807,14
Minério de Ferro: 1,65% / $109,35
Soja: 0,26% / $1.465,00
Milho: 0,08% / $647,75
Café: 0,30% / $164,85
Açúcar: 0,70% / $20,28