A ‘reflation’, processo de retorno da inflação nos EUA e em parte das economias centrais é uma realidade, em partes pela consequência das reaberturas econômicas e em partes devido aos recentes choques de oferta e das cadeias de suprimentos.
Os investidores já aceitam tal fato e incluem dentro de suas perspectivas a possibilidade cada vez mais presente de uma reversão das políticas de estímulos ou mesmo de normalização das taxas de juros.
Daí a leitura quase relativizada dos dados de inflação contidos no PIB americano na semana anterior, com pressão de preços acima das expectativas e sem previsões de curto e médio prazo de arrefecimento.
Ao mesmo tempo, na ausência de aprovação do plano bipartidário, a proposta orçamentária de US$ 6 trilhões do presidente Joe Biden divulgada na sexta-feira, mostra sua visão de um papel expansivo do governo federal na economia e na vida dos americanos, com grandes aumentos nos gastos com infraestrutura, saúde pública e educação, juntamente com aumentos de impostos sobre as empresas e os mais ricos.
O imposto de pessoa jurídica subiria de 21% para 28%, o imposto sobre ganhos de capital de 23,8% para 43,4% e os ganhos não realizados seriam tributados no momento da morte, com isenção de US $ 1 milhão por pessoa, ou seja, não conseguiu via plano, vai tentar via orçamento.
Ainda que conte com o aumento de impostos, a ambição de Biden reserva um custo fiscal que facilmente ultrapassa a arrecadação e contém um potencial inflacionário dentro da dívida a ser paga pelas gerações futuras.
Eis o grande ponto, pois a resistência mesmo entre democratas já era grande no plano trilionário e deve se repetir no orçamento, portanto ainda não sabemos o quanto de recurso deve ser injetado na economia americana e o potencial inflacionário do mesmo.
Semana de agenda de grande relevância no Brasil e exterior, por aqui com PIB, fiscal e produção industrial, enquanto no exterior, o foco fica para o mercado de trabalho americano, com a divulgação do Payroll, ADP, custo de mão de obra e produtividade e a fala de diversos membros do Fed na semana.
Há uma série extensa de PMIs e ISMs na semana, desde a China, até Europa, EUA e Brasil, além de dados do mercado de trabalho e inflação europeus.
Atenção hoje aos dados do setor público consolidado.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, somente operando parcialmente, devido ao feriado nos EUA e Reino Unido.
Em Ásia-Pacífico, mercados mistos, com PMI chinês acima do projetado.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries não operam em visa ao feriado memorial day.
Entre as commodities metálicas, altas, destaque ao minério de ferro e cobre.
O petróleo abre em alta em Londres e Nova York, com perspectivas positivas com a atividade econômica nos EUA.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 0,12%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,2255 / -0,25 %
Euro / Dólar : US$ 1,22 / -0,033%
Dólar / Yen : ¥ 109,67 / -0,146%
Libra / Dólar : US$ 1,42 / -0,085%
Dólar Futuro. (1 m) : 5214,89 / -0,61 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 22: 5,96 % aa (0,25%)
DI - Janeiro 23: 6,59 % aa (0,08%)
DI - Janeiro 25: 7,79 % aa (-1,27%)
DI - Janeiro 27: 8,43 % aa (-1,06%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,9607% / 125.561 pontos
Dow Jones: 0,1880% / 34.529 pontos
Nasdaq: 0,0907% / 13.749 pontos
Nikkei: -0,99% / 28.860 pontos
Hang Seng: 0,09% / 29.152 pontos
ASX 200: -0,25% / 7.162 pontos
ABERTURA
DAX: -0,285% / 15475,71 pontos
CAC 40: -0,061% / 6480,18 pontos
FTSE 100: 0,042% / 7022,61 pontos
Ibovespa Futuros: 0,96% / 125674,00 pontos
S&P 500 Futuros: 0,076% / 4205,60 pontos
Nasdaq Futuros: -0,071% / 13665,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,02% / 92,83 ptos
Petróleo WTI: 1,04% / $66,97
Petróleo Brent: 0,95% / $69,40
Ouro: 0,09% / $1.903,49
Minério de ferro: 0,27% / $184,63
Soja: -0,42% / $1.530,50
Milho: -1,17% / $656,75
Café: 4,51% / $162,35
Açúcar: 1,40% / $17,36