Surpresa.
Esta foi a palavra do presidente do Banco Central para descrever a inflação oficial de março e colocar novas aspas no futuro do aperto monetário brasileiro, em meio às disrupturas observadas no mundo com a pressão de preços.
Aliás, a inflação e suas pressões é o tema recorrente nesta semana com a divulgação do CPI nos EUA hoje e dados diversos na Europa, como o CPI alemão hoje aos 2,5%, elevando a taxa anual para 7,3% e núcleo aos 7,6%.
Tal tema será central nas reuniões do FMI e do Banco Mundial na próxima semana em Washington, onde participarão presidentes dos bancos centrais do G20, Roberto Campos Neto incluso.
Um movimento coordenado de inflação como estamos observando agora, em consequência a dois eventos consecutivos talvez seja inédito na história mundial e desafia exatamente a figura de teorias heterodoxas econômicas.
O conceito de escassez, dados os choques de oferta ocorridos na China e o conceito de excesso de meios monetários da teoria quantitativa da moeda foram desafiados e atacados no mundo nos últimos anos e retornaram da forma mais previsível de todas, como inflação.
Neste cenário, ainda não são todas as autoridades monetárias no mundo que entendem a necessidade em se respeitar os preceitos mais ortodoxos da economia e com isso, o combate à inflação sofre com a leniência dos formuladores de políticas e muitas vezes, uma certa dose de teimosia, como naqueles que insistem em aguardar a contração “natural” dos índices de preços.
Para países emergentes como o Brasil, índices de inflação como os atuais nem de longe são uma novidade e o sistema local se adapta à nova realidade com assombrosa velocidade, ainda que seja em detrimento, naturalmente, da redução paulatina da capacidade de consumo da população.
O mesmo não pode ser dito de economias centrais, como nos EUA, a qual pode registrar inflações somente vistas há mais de 40 anos, momento em que o Fed elevou os juros para 20% ao ano e permaneceu em alta por quase seis anos.
Este é o temor do atual cenário, de que a inação e a demora na retirada dos excedentes de liquidez no mundo levem a rompantes de aperto monetário em níveis semelhantes àqueles observados no passado, o que pode dragar o mundo, novamente, à uma recessão de dimensões históricas.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, na expectativa com a inflação nos EUA.
Em Ásia-Pacífico, mercados mistos, com a queda do Yen e casos de Covid na China.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, exceção ao paládio e platina.
O petróleo abre em alta em Londres e Nova York, com a pressão da OPEP sobre menores estoques.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 0,66%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 4,695 / -0,08 %
Euro / Dólar : US$ 1,09 / -0,138%
Dólar / Yen : ¥ 125,58 / 0,176%
Libra / Dólar : US$ 1,30 / -0,200%
Dólar Fut. (1 m) : 4705,55 / -0,57 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 23: 13,09 % aa (2,63%)
DI - Janeiro 24: 12,65 % aa (1,77%)
DI - Janeiro 26: 11,72 % aa (1,56%)
DI - Janeiro 27: 11,64 % aa (1,22%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -1,1574% / 116.953 pontos
Dow Jones: -1,1896% / 34.308 pontos
Nasdaq: -2,1810% / 13.412 pontos
Nikkei: -1,81% / 26.335 pontos
Hang Seng: 0,52% / 21.319 pontos
ASX 200: -0,42% / 7.454 pontos
ABERTURA
DAX: -1,129% / 14032,50 pontos
CAC 40: -0,816% / 6502,30 pontos
FTSE: -0,390% / 7588,57 pontos
Ibov. Fut.: -1,23% / 116927,00 pontos
S&P Fut.: -0,07% / 4405,75 pontos
Nasdaq Fut.: 0,277% / 14008,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 1,45% / 127,77 ptos
Petróleo WTI: 3,64% / $97,72
Petróleo Brent: 3,49% / $101,92
Ouro: -0,04% / $1.955,59
Minério de Ferro: 1,48% / $155,94
Soja: 1,07% / $1.673,50
Milho: 1,08% / $773,75
Café: -0,36% / $236,30
Açúcar: 0,39% / $20,39