A semana que passou demonstrou o quanto a política tem influenciado no humor dos investidores, com um ritmo mais acelerado de votações no Congresso levando ao primeiro maio positivo em 10 anos.
Nem mesmo a piora das perspectivas globais de crescimento, com a guerra comercial se alastrando novamente a outros países conseguiu reverter o ímpeto do mercado local, o qual novamente depende desta cadência das votações congressuais.
Num contexto onde os indicadores de atividade econômica demonstraram ainda a necessidade da continuidade de estímulos, principalmente na ausência do peso dos investimentos do governo no PIB, as inflações devem trazer um alívio renovado, em especial no IPCA, com deflação de alimentos.
Mesmo assim, o retorno dos índices inflacionários ao contexto mais fraco só coloca a inflação anual de volta aos trilhos da meta e retira parte das pressões observadas nos últimos meses, em especial no primeiro trimestre, período de altas chuvas e grandes perdas no setor agrícola.
Entra a dúvida sobre os próximos movimentos de política monetária, dado o coagulo no canal de transmissão das decisões na economia real e a dúvida da eficácia de um corte de juros que teria efeito meramente alegórico na economia.
Para o Banco Central, a ausência do ajuste de caráter fiscal abre um risco muito grande, na falta de equilíbrio do tripé macroeconômico e somente uma sinalização mais concreta de aprovação das reformas, em especial da previdência, dariam espaço para a autoridade monetária sinalizar com segurança a retomada dos cortes de juros.
Ainda assim, reiteramos o caráter estimulativo da aprovação das reformas e a falta de aferição de seus efeitos na economia real, algo com que o Banco Central também conta, o que pode levar eventuais cortes ao próximo ano, ou mesmo a não acontecer.
Esta semana foi emblemática neste sentido, pois sendo o mercado financeiro um reflexo da economia real, a melhora no contexto político foi o suficiente para gerar grande ânimo nos investidores.
CENÁRIO POLÍTICO
O foco da semana é a PEC 871 e seu possível impacto fiscal positivo ao governo.
Hoje o governo precisa de quórum para evitar da PEC caducar e ser necessária a apresentação de um projeto de lei (PL), como ocorreu com a PEC do saneamento básico.
Além disso, as atenções se voltam à questão da reforma da previdência para estados e municípios.
Os governadores fazem jogo duplo, dizendo às bases que não aderirão às reformas, mas dependem dela como nunca.
Se não optarem por entrar na reforma do governo federal, invariavelmente deverão criar um modelo próprio, aí trazendo para si um tema impopular entre os servidores estaduais, os principais afetados pelas mudanças.
Ao governo federal, o problema se resolveria incluindo uma cláusula onde os estados que não apresentarem uma proposta própria de reforma, ficam automaticamente atingidos pela reforma geral.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em queda, com temores com a guerra comercial.
Na Ásia, o fechamento foi negativo, com a China dado respostas duras aos EUA por conta das taxações.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos observados.
Entre as commodities metálicas, altas, exceção ao min. de ferro e o cobre.
O petróleo abre em alta, com Arábia Saudita citando cortes de produção.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 0,4%
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 3,9229 / -1,51 %
Euro / Dólar : US$ 1,12 / 0,134%
Dólar / Yen : ¥ 108,38 / 0,083%
Libra / Dólar : US$ 1,26 / -0,048%
Dólar Fut. (1 m) : 3932,39 / -1,12 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 20: 6,28 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 21: 6,49 % aa (-1,07%)
DI - Janeiro 23: 7,56 % aa (-0,79%)
DI - Janeiro 25: 8,16 % aa (-0,37%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,44% / 97.030 pontos
Dow Jones: -1,41% / 24.815 pontos
Nasdaq: -1,51% / 7.453 pontos
Nikkei: -0,92% / 20.411 pontos
Hang Seng: -0,03% / 26.894 pontos
ASX 200: -1,19% / 6.321 pontos
ABERTURA
DAX: -0,125% / 11712,15 pontos
CAC 40: -0,059% / 5204,54 pontos
FTSE: -0,241% / 7144,48 pontos
Ibov. Fut.: -0,54% / 97140,00 pontos
S&P Fut.: -0,218% / 2746,60 pontos
Nasdaq Fut.: -0,501% / 7097,75 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,06% / 77,75 ptos
Petróleo WTI: 1,21% / $54,15
Petróleo Brent:1,03% / $62,63
Ouro: 0,89% / $1.317,19
Minério de Ferro: -2,11% / $97,76
Soja: -1,02% / $15,47
Milho: -0,53% / $424,75
Café: -0,62% / $103,95
Açúcar: -0,41% / $12,05