“Este ano”.
A forte reação dos investidores à possibilidade de retirada dos estímulos por parte do FOMC, conforme citado na ata de sua última reunião se prende à premissa de que, em meio às disputas de membros do Fed sobre quando devam ser retirados os estímulos, algo possa acontecer ainda este ano.
Como não nos furtamos de citar aqui em diversas ocasiões, o mercado tem se comportado em grande monta como um adicto, onde a possibilidade de retirada do seu ‘estímulo’ causa grande comoção e reações típicas de abstinência.
Além de pressões de preços que sim, apresentam características temporárias, existem aqueles de grande imprevisibilidade, como o choque da cadeia de suprimentos, em especial o problema do fechamento parcial de alguns portos chineses que suprem o mundo de itens essenciais como chips e, por fim, a grande série de estímulos.
Uma década de derrames constantes de dólares na economia americana e europeia se aproveitaram de mudanças importantes nas características da precificação de bens e ativos e encontraram terreno fértil para aplicação de políticas monetárias essencialmente frouxas e aderentes ao MMT.
O problema é que a pandemia impôs globalmente mudanças igualmente importantes na precificação de bens e serviços, além do desafio sanitário e levou a governos mais do que dobrarem em muito pouco tempo, a aposta feita por bancos centrais durante toda uma década e aqui reside o perigo.
Nos EUA, o CPI, inflação ao varejo já aponta para o maior resultado anual desde 1990, enquanto a quantidade de dinheiro em circulação via M2 saltou quase 32% desde o início da pandemia e a recuperação do mercado de trabalho tem seus dados distorcidos pelos programas generosos de auxílio-desemprego.
Ao se derramar a quantidade de dinheiro na economia em pouco mais de um ano, no que usualmente é feito no espaço de 5 anos, o resultado não poderia ser nada diferente do que se observa neste momento, inflação.
Ainda assim, apesar dos temores do mercado, há uma parcela pesada do Fed que ainda acredita piamente nesta política, inclusive Lael Brainard.
Localmente, a Eurásia alterando a perspectiva de longo prazo do Brasil nada mais é que uma resposta atrasada àquilo que o mercado tem precificado, inclusive em termos políticos, dadas as opções correntes ao pleito majoritário.
Abertura de mercados
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, com a possibilidade de tampering por parte do FOMC se concretizando. Em Ásia-Pacífico, mercados negativos, puxados principalmente por empresas chinesas de tecnologia e eletrônicos. O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, destaque ao minério de ferro e cobre. O petróleo abre forte queda em Londres e Nova York, com temores de queda da demanda por conta da variante Delta e aumento dos estoques americanos. O índice VIX de volatilidade abre em alta de 8,34%.
Câmbio
Dólar à vista : R$ 5,3878 / 1,74 %
Euro / Dólar : US$ 1,17 / -0,128%
Dólar / Yen : ¥ 109,73 / -0,082%
Libra / Dólar : US$ 1,37 / -0,429%
Dólar Futuro (1 m) : 5365,77 / 1,72 %
Juros futuros (DI)
DI - Julho 22: 7,94 % aa (1,28%)
DI - Janeiro 23: 8,49 % aa (1,56%)
DI - Janeiro 25: 9,87 % aa (2,81%)
DI - Janeiro 27: 10,32 % aa (2,89%)
Bolsas de valores
FECHAMENTO
Ibovespa: -1,0697% / 116.643 pontos
Dow Jones: -1,0825% / 34.961 pontos
Nasdaq: -0,8888% / 14.526 pontos
Nikkei: -1,10% / 27.281 pontos
Hang Seng: -2,13% / 25.316 pontos
ASX 200: -0,50% / 7.465 pontos
ABERTURA
DAX: -1,619% / 15708,01 pontos
CAC 40: -2,508% / 6600,34 pontos
FTSE 100: -1,873% / 7035,03 pontos
Ibovespa Futuros-1,13% / 117156,00 pontos
S&P 500 Futuros -1,105% / 4394,50 pontos
Nasdaq 100 Futuros.: -0,416% / 14779,00 pontos
Commodities
Índice Bloomberg: -1,62% / 91,98 ptos
Petróleo WTI: -3,30% / $63,23
Petróleo Brent: -2,99% / $66,36
Ouro: 0,06% / $1.788,24
Minério de Ferro: -5,60% / $159,59
Soja: -1,03% / $1.342,50
Milho: -0,67% / $558,25
Café: -2,20% / $175,75
Açúcar: -0,89% / $19,90