Na falta de apenas um motivo, o mercado financeiro ontem colecionou uma série para explicar a súbita virada dos ativos.
A Europa continua a pesar as preocupações com a velocidade da vacinação, falta das vacinas e da logística apropriada para aplicá-las, além de desconfiança em diversos países dos efeitos colaterais e até mesmo, avanço de grupos anti-vacina.
Isso tem pesado de maneira relativamente constante nos mercados europeus e nem mesmo o recuo de Merckel quanto ao lockdown durante as festividades de Páscoa, uma das mais celebradas na Alemanha, conseguiu reduzir as tensões de curto prazo.
Nos EUA, apesar do recuo mais conciso do rendimento dos Treasuries de 10 anos, ainda assim há um ímpeto de venda nas ações de empresas de tecnologia, principalmente as grandes, onde Apple (NASDAQ:AAPL) (SA:AAPL34), Facebook (NASDAQ:FB) (SA:FBOK34) e Netflix (NASDAQ:NFLX) (SA:NFLX34) caíram mais de 2%, enquanto Tesla (NASDAQ:TSLA) (SA:TSLA34) caiu 4,8%.
Janet Yellen, e Jerome Powell compareceram para um segundo dia de testemunho virtual perante a câmara de deputados nos EUA e ambos reiteraram a crença de que, em grande parte graças ao estímulo fiscal e monetário, a economia dos EUA verá um crescimento acentuado em 2021.
Num discurso coordenado, ambos citaram que há uma pressão de preços de ativos e de valuation nos EUA, mas que o mercado financeiro está saudável e dá conta para lidar com as turbulências da possível retirada dos estímulos no futuro, com consequente normalização dos juros.
Localmente, sofremos com a notícia de uma frente parlamentar que busca o aumento do auxílio de R$ 250 para R$ 600, com os óbvios impactos já observados nas contas do governo e um “alerta amarelo” de Lira para o governo, em meio ao agravamento da questão pandêmica.
Por fim, para coroar a sessão, a Argentina surpreendeu zero pessoas ao dar mais um calote em seus credores, agora de US$ 45 bilhões, sendo o alvo agora o FMI, trazendo o temor de um efeito de quebra de confiança nos mercados emergentes, sofridos com a pandemia como um todo.
Dia de agenda pesada conta com o PIB nos EUA, o qual não deve trazer grandes surpresas na atual leitura, pedidos de auxílio desemprego e no Brasil, custos de construção da GV e mais importante, o IPCA-15.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em alta, à medida que o aumento da Covid pesa sobre o sentimento dos mercados.
Em Ásia-Pacífico, mercados mistos, seguindo a correção de Tech em NY.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos
Entre as commodities metálicas, quedas, exceto minério de ferro.
O petróleo abriu em queda em Londres e Nova York, com as preocupações com lockdowns superando o efeito das interrupções do Canal de Suez.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -3,49%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,6227 / 1,84 %
Euro / Dólar : US$ 1,18 / 0,000%
Dólar / Iene : ¥ 109,05 / 0,294%
Libra / Dólar : US$ 1,37 / 0,139%
Dólar Fut. (1 m) : 5598,48 / 1,98 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 22: 5,77 % aa (3,78%)
DI - Janeiro 23: 6,56 % aa (2,18%)
DI - Janeiro 25: 8,15 % aa (3,03%)
DI - Janeiro 27: 8,70 % aa (3,20%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -1,0574% / 112.064 pontos
Dow Jones: -0,0095% / 32.420 pontos
Nasdaq: -2,0095% / 12.962 pontos
Nikkei: 1,14% / 28.730 pontos
Hang Seng: -0,07% / 27.900 pontos
ASX 200: 0,17% / 6.791 pontos
ABERTURA
DAX: -0,093% / 14596,86 pontos
CAC 40: -0,149% / 5938,43 pontos
FTSE: -0,302% / 6692,62 pontos
Ibovespa Futuros: -1,28% / 111914,00 pontos
S&P 500 Futuros: -0,487% / 3880,80 pontos
Nasdaq Futuros: 0,375% / 12839,75 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,75% / 83,71 ptos
Petróleo WTI: -1,63% / $60,21
Petróleo Brent: -1,46% / $63,47
Ouro: -0,19% / $1.731,85
Minério de Ferro: 2,69% / ¥ $167,34
Soja: -0,40% / $1.427,00
Milho: -0,54% / $550,25
Café: 0,43% / $127,05
Açúcar: -0,45% / $15,56