As incertezas fiscais e o ambiente político cada vez mais desafiador no Brasil foram o catalisador do movimento de piora observado nos ativos de mercado financeiro ontem, os quais não conseguiram acompanhar parte da reversão ocorrida no exterior.
A retirada dos EUA do Afeganistão veio com uma ‘lavagem de mãos’ de Biden a lá Ponce Pilatos e em seu discurso, culpou a todos, menos a si mesmo da saída atabalhoada e de como ele mesmo citou: “uma ascensão muito mais rápida do que prevíamos do Talibã”.
Não foi bem assim, pois líderes militares americanos não estão furtando em dizer que a decisão os excluiu e foi meramente política e em última instância, orçamentária.
Biden foi alertado sobre os perigos de deixar o país naquela velocidade, inclusive o risco aos americanos em solo afegão, porém resolveu ouvir a si mesmo e seus assessores políticos e não os militares estacionados há quase vinte anos na região.
Por aqui, o aumento da temperatura entre os poderes continua a afetar os mercados, dadas as incertezas quanto ao futuro das reformas estruturantes, onde o Banco Central está deixando claro que são cada vez mais essenciais ao futuro do fiscal e no fim, da própria a inflação.
Membros do BC citam a dificuldade na ancoragem de expectativas de inflação, sem que haja previsibilidade fiscal e é exatamente o sinal emitido pelo governo na atual situação, onde a reforma do IR é um mero disfarce para o aumento de impostos, de forma a financiar novos programas sociais.
Além disso, pesam as discussões deflagradas entre o judiciário e o executivo, onde ainda que se identifiquem-se claros exageros por parte da presidência, não se pode furtar de mencionar o exagero nas premissas constitucionais por parte da suprema corte.
Como o presidente da câmara, Lira citou, é necessário que ambos os lados se apaziguem e cessem de ‘esticar a corda’, pois já passou do limite.
Portanto, eventos caudais como o Afeganistão, unido ao potencial político destrutivo no Brasil só trazem instabilidade.
Enquanto isso a inflação continua nos ares. Atenção à atividade nos EUA.
Abertura de mercados
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, observando dados econômicos e a saída dos EUA do Afeganistão.
Em Ásia-Pacífico, mercados em queda, com ações de empresas da Internet na China caindo com o ressurgimento de temores regulatórios.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, sem rumo, queda em minério de ferro e cobre.
O petróleo abre em queda em Londres e Nova York, com os temores de queda da demanda chinesa, após resultados negativos.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 5,09%.
Câmbio
Dólar à vista : R$ 5,2602 / 0,22 %
Euro / Dólar : US$ 1,18 / -0,043%
Dólar / Iene : ¥ 109,31 / 0,055%
Libra / Dólar : US$ 1,38 / -0,332%
Dólar Futuros. (1 m) : 5281,55 / 0,49 %
Juros futuros (DI)
DI - Julho 22: 7,84 % aa (0,71%)
DI - Janeiro 23: 8,35 % aa (0,12%)
DI - Janeiro 25: 9,58 % aa (1,91%)
DI - Janeiro 27: 10,02 % aa (2,04%)
Bolsas de valores
Fechamento
Ibovespa: -1,6616% / 119.180 pontos
Dow Jones: 0,3098% / 35.625 pontos
Nasdaq: -0,1966% / 14.794 pontos
Nikkei: -0,36% / 27.424 pontos
Hang Seng: -1,66% / 25.746 pontos
ASX 200: -0,94% / 7.511 pontos
Abertura
DAX: -0,230% / 15889,04 pontos
CAC 40: -0,524% / 6802,94 pontos
FTSE: 0,059% / 7158,22 pontos
Ibovespa Futuros.: -1,66% / 119182,00 pontos
S&P 500 Futuros: 0,258% / 4474,00 pontos
Nasdaq 100 Futuros: -0,390% / 15081,50 pontos
Commodities
Índice Bloomberg: -0,14% / 94,89 ptos
Petróleo WTI : -0,30% / $66,98
Petróleo Brent: -0,35% / $69,31
Ouro: 0,40% / $1.794,45
Minério de ferro: -0,35% / $166,96
Soja: 0,47% / $1.381,00
Milho: 0,27% / $565,25
Café: -0,60% / $181,75
Açúcar: 1,30% / $20,32