O peso dos ruídos políticos no Brasil tem sido uma constante no dia-a-dia dos ativos de mercado, com constante volatilidade e incertezas, dada exatamente à falta de rumo de reformas.
A câmara ontem cedeu a parte das pressões de grupos contrários à reforma do IR, que deixou de ser chamada de reforma tributária exatamente pelo seu caráter limitado e com foco na modificação da cobrança do Imposto de Renda para pessoas físicas, empresas e sobre investimentos e dispõe sobre a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).
Os deputados podem continuar ainda a votação de destaques ao texto da MP1045/21, que renova o programa de redução ou suspensão de salários e jornada de trabalho com o pagamento de um benefício emergencial aos trabalhadores com carteira assinada, contratos de aprendizagem, jornada parcial.
Se fossem somente as votações e a polêmica dos temas, como os citados acima, a reação do mercado financeiro e dos investidores não seria tão intensa como ocorre atualmente, porém, embates do judiciário com o executivo, temas fora do escopo das reformas e busca incessante por recursos para novos programas de auxílio acabam por permear o cenário.
Na sessão de ontem, ainda que dentro das expectativas, a inflação ao varejo continua a demonstrar força nos EUA, com medidas acima das médias históricas mensais e as discussões entre membros do Fed sobre a necessidade de redução dos estímulos ganha cada vez mais adeptos.
Adicione ao cenário o plano já aprovado de infraestrutura de US$ 1 trilhão de Biden, fica difícil ao Fed justificar a manutenção da recompra de títulos, fluxo elevado de liquidez e juros excepcionalmente baixos.
Ainda que parte da pressão de preços, em especial ao atacado como poderá ser observada no PPI de hoje venha dos choques globais de oferta e quebra da cadeia de suprimentos, a inflação ao varejo se mantem pressionada acima das médias mensais históricas da faixa de 0,2%.
Consenso é algo que está se tornando cada vez mais raro no Federal Reserve.
Além do PPI, atenção hoje aos dados do setor de serviços no Brasil para junho, pedidos de auxílio desemprego nos EUA e uma série de dados já divulgados na Europa, em especial à grande série de indicadores no Reino Unido.
Abertura de mercados
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, na expectativa por dados de inflação nos EUA.
Em Ásia-Pacífico, mercados na maioria queda, dado o enfraquecimento do dólar contra divisas da região.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, sem rumo, destaque de alta no cobre.
O petróleo abre em alta em Londres e Nova York, apesar dos pedidos dos EUA pelo aumento da produção.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 0,44%.
Câmbio
Dólar : R$ 5,2205 / 0,58 %
Euro / Dólar : US$ 1,17 / 0,060%
Dólar / Iene : ¥ 110,43 / -0,036%
Libra / Dólar : US$ 1,39 / -0,043%
Dólar Futuro. (1 m) : 5233,23 / 0,35 %
Juros futuros
DI - Julho 22: 7,68 % aa (-1,09%)
DI - Janeiro 23: 8,13 % aa (0,43%)
DI - Janeiro 25: 9,08 % aa (0,67%)
DI - Janeiro 27: 9,48 % aa (0,53%)
Bolsas de valores
Fechamento
Ibovespa: -0,1196% / 122.056 pontos
Dow Jones: 0,6247% / 35.485 pontos
Nasdaq: -0,1552% / 14.765 pontos
Nikkei: -0,20% / 28.015 pontos
Hang Seng: -0,53% / 26.518 pontos
ASX 200: 0,05% / 7.588 pontos
Abertura
DAX: 0,361% / 15882,74 pontos
CAC 40: 0,115% / 6865,88 pontos
FTSE: -0,124% / 7211,19 pontos
Ibovespa Futuros.: -0,21% / 122107,00 pontos
S&P 500 Futuros: 0,242% / 4440,60 pontos
Nasdaq 100 Futuros: -0,093% / 15020,75 pontos
Commodities
Índice Bloomberg: 0,10% / 95,06 ptos
Petróleo WTI Futuros: 0,42% / $69,27
Petróleo Brent: 0,59% / $71,51
Ouro: 0,23% / $1.752,43
Minério de Ferro: -0,82% / $169,06
Soja: 0,43% / $1.411,50
Milho: 0,13% / $556,25
Café: 0,00% / $183,95
Açúcar: 0,82% / $19,59