Para o agrado geral do mercado financeiro global, Powell foi bastante genérico em seu discurso em Jackson Hole, ao apontar a necessidade de ajuste na compra e recompra de ativos, sem especificar o ‘início do fim’ do processo.
Usando gírias típicas dos EUA, o discurso de Powell foi um ‘nothing burger’ (hambúrguer de nada) ou um ‘wish sandwich’ (sanduiche de desejo: duas fatias de pão e o ‘desejo’ por algum recheio), ou seja, foi vago, assim como o desejo de parte do Fed de retirada dos estímulos.
Entre as notícias que circularam sobre o Fed está a troca de Powell por Lael Brainard, o que aprofundaria ainda mais o programa de estímulos e afrouxamento monetário, porém há sinais de que tudo correrá pela recondução de Jerome Powell ao cargo, ou seja, nada muda.
No fim, se conseguirmos acompanhar a tendência internacional, tentar avançar com as reformas e evitar ruídos desnecessários, o movimento de Powell um tanto que encerra os temores de um viés mais duro e endossa o apetite pelo prêmio de maior risco, com diversos emergentes, entre eles o Brasil, estando com preços muito descontados.
Esta semana tem agenda pesada de indicadores, com foco no Brasil em dados fiscais, inflações, desemprego, atividade econômica, balança comercial e por fim o PIB.
A perspectiva para a média dos dados de atividade é positiva, com crescimento consistente do PIB e o setor externo mantendo o crescimento semelhante aos meses anteriores, com melhora nas exportações, porém tudo continua afetado pela inflação pressionando os juros, em partes com resultado da instabilidade do câmbio.
Neste contexto, o papel do governo de apaziguamento seria importante para tentar pacificar as tensões entre os poderes e deixar a tensão somente de um lado, porém os protestos de 7 de setembro já demonstram que isso não deve ocorrer e o cenário deve continuar instável.
A semana se completa aqui e no exterior com uma grande série de PMIs e ISM e nos EUA, o mercado de trabalho volta ao foco, com ADP projetando 638.000 vagas criadas em agosto, o Payroll com 750.000, desemprego caindo aos 5,2%, além dos dados de corte de vagas, e os trimestrais de produtividade e custo de mão de obra.
Portanto, uma semana pesada de indicadores e de olho na política.
Abertura de mercados
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, com sentimento global mais positivo após Jackson Hole.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, apesar do sinal da China de proibir IPOs nos EUA.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, exceção ao cobre.
O petróleo queda alta em Londres e Nova York, com o furacão Ida mais fraco.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 1,28%.
Câmbio
Dólar : R$ 5,2046 / -1,00 %
Euro / Dólar : US$ 1,18 / 0,009%
Dólar / Iene: ¥ 109,84 / -0,009%
Libra / Dólar : US$ 1,38 / -0,102%
Dólar Futuro:(1 m) : 5192,22 / -1,28 %
Juros futuros (DI)
DI - Julho 22: 8,01 % aa (0,25%)
DI - Janeiro 23: 8,44 % aa (-0,35%)
DI - Janeiro 25: 9,35 % aa (-0,74%)
DI - Janeiro 27: 9,71 % aa (-0,92%)
Bolsas de valores
Fechamento
Ibovespa: 1,6455% / 120.678 pontos
Dow Jones: 0,6892% / 35.456 pontos
Nasdaq: 1,2290% / 15.130 pontos
Nikkei: 0,54% / 27.789 pontos
Hang Seng: 0,52% / 25.540 pontos
ASX 200: 0,22% / 7.505 pontos
Abertura
DAX: 0,245% / 15890,65 pontos
CAC 40: 0,210% / 6695,95 pontos
FTSE 100: 0,323% / 7148,01 pontos
Ibovespa Futuros: 1,76% / 121345,00 pontos
S&P 500 Futuros: 0,875% / 4505,60 pontos
Nasdaq 100 Futuros: 0,126% / 15453,50 pontos
Commodities
Índice Bloomberg: 0,11% / 96,45 ptos
Petróleo WTI: -0,71% / $68,30
Petróleo Brent: -0,47% / $72,42
Ouro: -0,14% / $1.816,47
Minério de Ferro: 2,53% / $159,68
{8916|Soja}}: -1,07% / $1.343,75
Milho: -1,03% / $552,25
Café: 2,07% / $189,50
Açúcar: 1,83% / $20,04