Fica claro quando a comunicação da autoridade monetária surte efeito nos agentes econômicos, independente de se concordar ou não com a política adotada e suas consequências.
Foi o que aconteceu ontem com a divulgação da inflação ao varejo nos EUA, o CPI, a qual aos 0,6% concentrou pressões inflacionárias renovadas pelas ações do governo americano e do Fed para estimular a economia e os problemas recentes de choques de oferta.
Ainda que levemente acima das projeções, não houve surpresa dos investidores, dada a comunicação do Fed indicando que aguardava tal pressão de curto prazo, que ela vai crescer nos próximos meses, para finalmente se estabilizar.
Além disso, de forma a acomodar um crescimento econômico mais robusto, o Fed se propõe a operar sob uma inflação acima do que é considerado a meta do FOMC, em especial após a adoção de políticas fiscais expansionistas.
Daí se pergunta, qual a diferença do que Powell diz e o que Campos Neto tem dito?
O timing e o motivo.
Ainda que o sinal emitido por ambos seja semelhante, ou seja, inflação pressionada no curto prazo, arrefecimento à frente, o BC somente adotou tal política já “correndo atrás da curva” e seguindo um grupamento de mercado que, muitas vezes em nome da posição, propunha uma frouxidão de política monetária além do sustentável ao país.
Além disso, a diferença das pressões inflacionárias locais e americanas está na característica da demanda, pois por aqui, esta está limitada pela pandemia e diversas limitações de locomoção, o oposto das aberturas nos EUA.
Outro ponto é a volatilidade cambial, a qual tem afetado em muito os custos ao atacado e varejo, o famoso passthrough tão fortemente ignorado durante o ano passado, além do problema global do choque de oferta na cadeia de suprimentos, este sem absolutamente nenhum controle das autoridades locais.
Neste contexto, nossa política monetária precisa ainda lidar com a questão fiscal e o risco de descontrole por parte das congressistas, tão ávidos por duas individualidades que esquecem das consequências na coletividade.
Daí reforçamos que o choque de inflação continua a não ser temporário, apesar de um arrefecimento a ser observado em breve.
Arrefecimento em níveis ainda elevados para o histórico de curto prazo no Brasil.
E que o aperto continue.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, na expectativa pela vacinação na Europa e a temporada de balanços.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, com ações de empresas tech.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, queda, exceto pelo cobre e a platina.
O petróleo abre em alta em Londres e Nova York, com o cenário de demanda da OPEP e redução dos estoques de petróleo nos EUA.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 0,24%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,7174 / -0,30 %
Euro / Dólar : US$ 1,20 / 0,059%
Dólar / Yen : ¥ 109,00 / -0,018%
Libra / Dólar : US$ 1,38 / 0,131%
Dólar Fut. (1 m) : 5701,61 / -0,66 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 22: 5,83 % aa (1,48%)
DI - Janeiro 23: 6,71 % aa (2,21%)
DI - Janeiro 25: 8,39 % aa (1,33%)
DI - Janeiro 27: 9,02 % aa (1,35%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,4085% / 119.297 pontos
Dow Jones: -0,2019% / 33.677 pontos
Nasdaq: 1,0549% / 13.996 pontos
Nikkei: -0,44% / 29.621 pontos
Hang Seng: 1,42% / 28.901 pontos
ASX 200: 0,66% / 7.023 pontos
ABERTURA
DAX: -0,142% / 15212,79 pontos
CAC 40: 0,308% / 6203,13 pontos
FTSE: 0,249% / 6907,63 pontos
Ibov. Fut.: 0,31% / 119209,00 pontos
S&P Fut.: 0,303% / 4132,80 pontos
Nasdaq Fut.: 0,186% / 13997,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,72% / 84,93 ptos
Petróleo WTI: 1,69% / $61,14
Petróleo Brent: 1,79% / $64,73
Ouro: -0,18% / $1.744,08
Minério de Ferro: -0,30% / ¥ $171,04
Soja: 0,52% / $1.396,25
Milho: 0,73% / $585,25
Café: 0,65% / $130,85
Açúcar: 1,69% / $15,70